segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Imagem

Um dos aspectos do mundo contemporâneo é a superestima da imagem.
Se a política na Grécia e o dinheiro no XIX pautavam as relações sociais, no sentido de visibilidade com o próximo, talvez no mundo atual a imagem tenha se sobressaído.
Para você ser reconhecido como Outro, como indivíduo, você deve ter imagem.
A imagem através do status é fortemente incluída nesta discussão, e a imagem ligada ao objeto, também relaciona-se com o conceito de "fetiche pela mercadoria".
O importante (o "interior") não é o essencial, mas a aparência por si só ganha reconhecimento.

Nessa Sociedade do Espetáculo, programas como o Big Brother ganham evidência e impulso.
Não interessa tanto se você realmente tem algum conhecimento sobre algum assunto; se você vai à academia você ganha uma respeitabilidade imediata.
Qualquer atitude sua será comentada e você fará o mesmo, não verificam-se os porquês, mas a simples aparência dirá tudo sobre a pessoa. A superficialidade tornou-se essencial de alguma forma.

O pseudointelectualismo pauta as discussões.
Vale mais você entender da arte das palavras do que do próprio assunto em discussão. Se você tiver boa eloquência, você ganha respeito, independente se fala bobagem ou não.

Seria bom, através da crítica, que a superficialidade fosse encarada como algo efêmero.
Ao analisarmos sabemos que um indivíduo do Big Brother é conhecido, "respeitado", por estar no Big Brother.
Um indivíduo pseudointelectual é respeitado pela sua aparência de intelectualidade, e não necessariamente pela intelectualidade em si.
Talvez isso tudo seja resultado de uma perda de valores. Ou, a imagem, definitivamente tornou-se um novo valor.
De qualquer forma, é bom pararmos para pensar, não?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Senso de Empatia

Através desse mundo caótico e pós-moderno,o afastamento entre as pessoas aumentou de forma que fatores como o individualismo exagerado ou para outros, o exagero da razão tenham trazido o ser para longe de sua humanidade sentimentalmente falando.
O futuro distópico do indivíduo completamente apático e mecânico pode parecer assombroso, mas faz sentido. Se as coisas continuarem; poderão levar para esse caminho. Mas se buscarmos nos reformar e rever conceitos, podemos desviá-lo.
Logicamente não digo revolucionarmos todas as relações entre as pessoas de uma hora pra outra; porque nem sempre espera-se muito isso; talvez justamente pela mecanidade atual há uma recusa da participação no conjunto.
Mas não necessariamente será aquela recusa de não querer qualquer tipo de relação; mas talvez a atual esteja tão podre que cause até repulsa, quem sabe.
Pode soar meio abstrato querer procurar uma nova forma de relação no geral, mas a partir dessa condição, da consciência de que precisa de mudança, através dessa premissa, pode ser o começo para uma nova discussão.
Será que essa idéia uniria os conceitos de um novo sujeito com nova moralidade, de Nietzsche, o Übermensch, com a própria idéia da construção de uma sociedade completamente nova, como dizia Marx?

Imagine-se andando na rua e por um instante olhares se cruzam. Longe de querer envolver o conceito romântico de amor, mas o sentimento de empatia, de se reconhecer no outro. Se nós temos uma mesma essência metafísica e sofremos dores existenciais como diria Schopenhauer, ou se nos reconhecessemos como classe social igual, são maneiras de se ver a empatia, o que é bastante importante, tanto na filosofia, na arte e no ativismo em si; para quem sabe não chegarmos no então Admirável Mundo Novo.

Acredito que a empatia devia ser um sentimento recorrente nas relações humanas (não confundir com simpatia).
Talvez digam que os mais sentimentais ou talentosos possam desfrutar melhor destas coisas, mas o que seriam de nossos progressos se não enxergamos referências altas? Se não procuramos nos levar por picos cada vez mais altos.
Através da empatia podemos procurar um mundo melhor e ao mesmo tempo, termos nossas características preservadas, nosso espaço individual resguardado.
Não que exista uma fórmula, mas a partir daí, da capacidadade de reconhecer esses assuntos podemos desviar do caminho robótico/mecânico, para esse algo mais "humano".