segunda-feira, 7 de julho de 2014

Misantrópico no Limbo

Quando um projeto artístico surge, acontece um certo acordo entre as partes, como se fosse a união temporária por um objetivo único: seja a realização de uma peça, um filme, uma banda ou etc. Como um projeto coletivo, as vezes é difícil imaginar essa união acontecendo sem problemas que as diversas individualidades geram quando entram em contato.

Então inicialmente, espera-se que essa parceria vá acontecer com pessoas com afinidades mínimas. Foi considerando isso que o rapaz estava pensando em quem poderia chamar para participar da gravação do seu próximo curta-metragem. Ele estava ansioso porque nesta noite apresentava o último curta-metragem que havia feito (que também era o primeiro). Ele, uma pessoa introvertida e as vezes misantrópica, havia realizado uma “pequena abertura para o mundo” ao fazer um curta que tem a intenção de tocar outras pessoas. A vontade de fazer o próximo, indiretamente, era uma vontade de se manter neste fluxo de fazer arte e de se manter aberto.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A cidade e as divisas

AS CIDADES
Apesar de compartilharem o espaço geográfico através da divisa que as separam, as duas cidades são bem distintas. Uma delas é grande e metropolizada, enquanto a outra, menor, é ruralizada.

Na primeira, o setor industrial era altamente produtivo, a política extremamente institucionalizada e o planejamento cada vez mais direcionado através da pesquisa. Todo o sustento desta cidade estava através do pensamento racional e todas as suas certezas. 

Já na menor, a relação dos cidadãos era diferente, a começar pelo seu tamanho, que movimentava uma economia menor. Para alguns isso já seria referência para um sentimento negativo, mas pelo contrário, apesar de a tecnologia não ter se desenvolvido em todas as suas características, as pessoas tinham outros hábitos. Famílias que levavam as crianças para brincar na rua, avós que conversavam nos parques, pais que andavam de bicicleta, etc.