O
rapaz estava passando pelos meses mais individuais de um ano que foi
muito coletivo. Em linhas gerais foram dois momentos: um
relacionamento em que sentia que sua vida estava sendo doada em prol
de outra pessoa, e depois uma movimentação política, se fazendo
valer em prol de tantos outros.
No
primeiro momento, vivendo intensamente em um sentido teórico.
Acreditava fielmente naquilo que dizia e naquilo que o movia. Se
sentia bem e feliz com isso. Seus planejamentos futuros todos giravam
em torno disso. Até que a vida aconteceu para os dois e a
incompatibilidade foi-se fazendo cada vez mais aparente. A garota
acreditava que o que viveu era falso; e ele acreditou que viveu algo
verdadeiro atoa; ambos saíram enjoados.
Já
no segundo momento, voltou a exaltação da colocação teórica. Só
que o campo a ser aplicado deixou de ser puramente filosófico para
também encontrar a sociologia e ciência política. Tudo girava em
torno disso e só fazia sentido acreditar fielmente nisso. Eram
pensamentos e ações voltados para um planejamento futuro muito
concreto; muito parecido com aquele momento anterior.