Sabe aquela sensação que temos que nunca mais vamos rever aquela pessoa desconhecida que está perto da gente em lugares e momentos específicos?
A gente percebe uma diversidade enorme de pessoas, sendo que a única ligação que temos é a coincidência momentânea no espaço-tempo.
Se não fosse por aquele exato momento naquele exato lugar, você poderia nem estar olhando para aquela pessoa, mas para qualquer outra.
E isso não tem nada a ver com o que chamam de "magia do amor", mas é uma magia da probabilidade, do acaso.
Você pode parar a qualquer momento para sentar no banco da praça, e verá que há muitas pessoas, e pessoas diferentes (ou seriam iguais?), e a chance de você trocar alguma idéia com algumas dessas pessoas ou de revê-las, é pequena.
Primeiro porque é uma questão matemática, simplesmente há muitas pessoas e você é só um. Segundo porque atualmente há todo um individualismo exagerado. A lógica capitalista promove a competição entre as pessoas e o comum é "cada um cuida do seu", ou pior ainda, "não te devo coisa alguma". E isso afasta as pessoas quase criando 'muros' entre elas, e de alguma forma, instituições como Família, Igreja e Estado, tomam força segurando as pessoas.
A questão matemática (da probabilidade social, vamos dizer) torna-se mais interessante quando você revê a pessoa em questão, por exemplo, sempre que você passa na frente daquela banca ou pega o ônibus em determinado horário. Você não tem nenhuma ligação com a pessoa (talvez tenha segundo algumas teorias) e só o espaço-tempo de vocês os unem. A pessoa pode ou não ser da mesma classe social que você, pode ou não pensar como você; enfim, são inúmeras possibilidades.
E entre pensamentos dialéticos, aponto para dois caminhos gerais.
Para um deles, cito por cima o 'dilema do porco-espinho'.
O dilema - hipotético - descreve uma situação em que um grupo de porcos-espinhos procuram aproximar-se em razão de compartilhar calor durante o inverno. No entanto, quando alcançado, eles não podem evitar de se machucar com o seus espinhos, então eles precisam afastar-se. Embora eles compartilhem a intenção de uma relação próxima e recíproca, isso não acontece por razões que eles não podem evitar.
Por esse lado, proponho a questão do problema da sociabilidade e certa ênfase no comportamento solitário, por Schopenhauer.
Para Schopenhauer a sociedade age quase como corrompedora do indivíduo. Portanto o insociável seria alguém que não precisaria dela, e para ele, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já seria uma grande felicidade, como tranquilidade intelectual. Citando:
" Pois é na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que ele tem em si mesmo. Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo. "
Epicuro também propõe uma via parecida.
Para ele a felicidade está no geral através do afastamento da dor.
A receita para boa vida dele - tetrapharmakos - diz; " o
OBS: Nossa, o texto ficou grande.. No meio do texto, eu tentei esclarecer alguns pontos dos pensadores, para talvez, ser bem claro e tentar incentivar um aprofundamento sobre eles. Espero que o texto não tenha efeito contrário.
A gente percebe uma diversidade enorme de pessoas, sendo que a única ligação que temos é a coincidência momentânea no espaço-tempo.
Se não fosse por aquele exato momento naquele exato lugar, você poderia nem estar olhando para aquela pessoa, mas para qualquer outra.
E isso não tem nada a ver com o que chamam de "magia do amor", mas é uma magia da probabilidade, do acaso.
Você pode parar a qualquer momento para sentar no banco da praça, e verá que há muitas pessoas, e pessoas diferentes (ou seriam iguais?), e a chance de você trocar alguma idéia com algumas dessas pessoas ou de revê-las, é pequena.
Primeiro porque é uma questão matemática, simplesmente há muitas pessoas e você é só um. Segundo porque atualmente há todo um individualismo exagerado. A lógica capitalista promove a competição entre as pessoas e o comum é "cada um cuida do seu", ou pior ainda, "não te devo coisa alguma". E isso afasta as pessoas quase criando 'muros' entre elas, e de alguma forma, instituições como Família, Igreja e Estado, tomam força segurando as pessoas.
A questão matemática (da probabilidade social, vamos dizer) torna-se mais interessante quando você revê a pessoa em questão, por exemplo, sempre que você passa na frente daquela banca ou pega o ônibus em determinado horário. Você não tem nenhuma ligação com a pessoa (talvez tenha segundo algumas teorias) e só o espaço-tempo de vocês os unem. A pessoa pode ou não ser da mesma classe social que você, pode ou não pensar como você; enfim, são inúmeras possibilidades.
E entre pensamentos dialéticos, aponto para dois caminhos gerais.
Para um deles, cito por cima o 'dilema do porco-espinho'.
O dilema - hipotético - descreve uma situação em que um grupo de porcos-espinhos procuram aproximar-se em razão de compartilhar calor durante o inverno. No entanto, quando alcançado, eles não podem evitar de se machucar com o seus espinhos, então eles precisam afastar-se. Embora eles compartilhem a intenção de uma relação próxima e recíproca, isso não acontece por razões que eles não podem evitar.
Por esse lado, proponho a questão do problema da sociabilidade e certa ênfase no comportamento solitário, por Schopenhauer.
Para Schopenhauer a sociedade age quase como corrompedora do indivíduo. Portanto o insociável seria alguém que não precisaria dela, e para ele, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já seria uma grande felicidade, como tranquilidade intelectual. Citando:
" Pois é na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que ele tem em si mesmo. Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo. "
Epicuro também propõe uma via parecida.
Para ele a felicidade está no geral através do afastamento da dor.
A receita para boa vida dele - tetrapharmakos - diz; " o
OBS: Nossa, o texto ficou grande.. No meio do texto, eu tentei esclarecer alguns pontos dos pensadores, para talvez, ser bem claro e tentar incentivar um aprofundamento sobre eles. Espero que o texto não tenha efeito contrário.